ExorcismoThomas B. Allen
Editora: DarkSide Books
Tradução: Eduardo Alves
"Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder
contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter
Blatty, O Exorcista, não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num
fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um
exorcismo de verdade.
A história real aconteceu em 1949, e você pode conhecê-la — se tiver coragem! —
no livro Exorcismo, do jornalista Thomas B. Allen. Exorcismo narra em detalhes
os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14
anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia
que achava ser possível se comunicar com os mortos.
Thomas B. Allen contou com uma santa contribuição para a pesquisa do seu
trabalho. Ele teve acesso ao diário de um padre jesuíta que auxiliou o
exorcista Bowdern. Como resultado, seu livro é considerado o mais completo
relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média. Os
investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren definiram a obra de Thomas B.
Allen como 'um documento fascinante e imparcial sobre a luta diária entre o bem
e o mal'."
Comprei o livro na pré venda meses antes de seu lançamento,
fiquei muito empolgada, e, assim que tive oportunidade, iniciei a leitura dessa
obra.
Thomas B. Allen reúne nesse livro diversas pesquisas que ele
realizou sobre esse caso, que apesar do tema parecer uma história de ficção, é
bem real. O autor preferiu manter sigilo sobre os envolvidos, optando pela
mudança dos nomes dos personagens principais.
A história acontece em 1949. Robert Manheim é um garoto
normal, de 14 anos, que, sobre influência de sua tia Harriet, que era adepta do
espiritualismo, começou a se envolver com espíritos, na tentativa de comunicar
com os mortos através de uma tábua de Ouija e habilidades médium.
Tia Harriet morre em Saint Louis e uma série de incidentes
começam na casa da família, barulhos de arranhões pelas paredes, colchão
tremendo, objetos voando. A família acreditava no início ser roedores pela
casa, mas assim que os episódios foram tornando mais frequentes e mais
assustadores, começaram acreditar que eram sinais que tia Harriet estavam
enviando, e com isso eles tentaram fazer contato com ela, e através de
barulhos, concluíram que era a tia que estava fazendo tudo isso.
Robbie começou a trazer sinais de que algo errado estava
acontecendo com ele, a família buscou ajuda através de médicos, psicólogo,
vidente, pastores, mas como nunca chegavam a uma conclusão e o quadro ia
piorando a cada nova tentativa, a família foi em busca de uma ajuda divina. Com
a ajuda de padres católicos, realizaram sessões de exorcismo.
A história fala sobre crenças, fé, religiões e traz a
opinião sobre diversas pessoas que estiveram envolvidas no caso. Thomas B.
Allen, utilizando do diário escrito durante o exorcismo e suas pesquisas,
descreve de forma simples e tranquila todos os acontecimentos durante o período
de aflição e sofrimento da família, o autor deixa com que o leitor tire sua
própria conclusão sobre a história, de acordo com sua fé e crença.
O processo de exorcismo é muito cansativo e longo. O livro –
que não traz uma história de terror e sim um documentário – não é muito
diferente, começa muito empolgante mas ao longo dos acontecimentos fica
cansativo.
A edição da editora vem dividida em partes, primeiro o
prefácio, depois a história contada por Thomas B. Allen que é dividida em 14
capítulos, depois vem a transcrição do diário do exorcista original, depois
notas do autor, bibliografia, fontes e notas dos capítulos. O interessante é
que podemos ler o livro de várias formas, podemos ler primeiro o diário e
depois a história contada pelo autor, ou podemos ir intercalando um com o
outro. Eu li da forma tradicional, a história e depois o diário, gostei de ir
relembrando os fatos e detalhes que o autor incluiu na história, ele
acrescentou muita informação histórica que me deixou ainda mais interessada por
tudo que aconteceu.
Mesmo a igreja tentando manter segredo sobre esse caso, a
história de Robert espalhou e ganhou tanta repercussão que inspirou Willian
Peter Blatty a escrever o livro clássico O Exorcista, que mais tarde foi adaptado
para os cinemas por William Friedkin.
Achei o livro bem interessante, apesar da leitura ser um
pouco cansativa. Tenho minhas crenças e minha religião e essa leitura me fez
pensar sobre muitas coisas. Acho uma leitura muito válida, interessante e
importante para todos que se interessam pelo assunto.
Nota: