Eu participei do lançamento do livro Heroínas que aconteceu
na Livraria Leitura aqui em Belo Horizonte, tive a oportunidade de conhecer (e
rever) as autoras, conhecer melhor as histórias pelo ponto de vista delas e
pegar os autógrafos.
Heroínas
Laura Conrado, Pam Gonçalves e Ray Tavares
Editora: Galera Record
“Não faltam heróis. Dos clássicos às histórias
contemporâneas os meninos e homens estão por todo lugar. Empunhando espadas,
usando varinhas mágicas, atirando flechas ou duelando com sabres de luz. Mas os
tempos mudam e já está mais do que na hora de as histórias mudarem também. Com
discussões feministas cada vez mais empoderadas e potentes, meninas e mulheres
exigem e precisam de algo que sempre foi entregue aos meninos de bandeja: se
enxergar naquilo que consomem. Este é o livro de um tempo novo, um tempo que
exige que as mulheres ocupem todos os espaços, incluindo a literatura. Laura Conrado imaginou as Três mosqueteiras como veterinárias de uma ONG, que
de repente contam com a ajuda de uma estudante que não hesita em levantar seu escudo
para defender os animais. A Távola Redonda de Pam Gonçalves é liderada por
Marina, que diante do sumiço do dinheiro que os alunos de sua escola pública
arrecadaram para a formatura, desembainha a espada e reúne um grupo de meninas
para garantirem a festa que planejaram. E Roberta é a Robin Hood de Ray
Tavares. Indignada com a situação da comunidade em que vive, a garota usa sua
habilidade como hacker para corrigir algumas injustiças.
Este é um livro no qual as meninas salvam o dia. No qual elas são o que são
todos os dias na vida real: heroínas. Finalmente.”
Heroínas é um livro escrito por Laura Conrado, Pam Gonçalves
e Ray Tavares, contém três contos inspirados em histórias da literatura
reinventadas com protagonistas mulheres.
O primeiro conto é inspirado em Os Três Mosqueteiros,
escrito por Laura Conrado. Uma por todas
e todas por uma é uma história sobre amizade e ajuda. Daniela d’Artagnan é
uma jovem que sonha em trabalhar em uma ONG de animais chamada Mosqueteiros,
ela tenta entregar seu currículo para fazer parte da ONG, porém um homem muito
escroto a manda embora por ela não estar na faculdade e tecnicamente não ser
apta para a vaga de estagiária.
Porém no caminho de volta ela encontra uns sujeitos
maltratando um cachorro e começa uma briga em defesa do animal. Uma garota
aparece e a ajuda nessa briga, Agnes, uma universitária que, por coincidência
ou destino, trabalha na Mosqueteiros. Como Daniela deu um diagnóstico muito bom
sobre o estado do pobre animal maltratado, Agnes resolve levar a garota para a
ONG e Daniela acaba virando uma voluntária.
Uma feira de adoção precisa ser feita pois o espaço no
Mosqueteiros está lotado e assim impossibilita novos resgates. Com muito
trabalho a fazer, Daniela agora precisa dividir o seu tempo entre ajudar a ONG
que tanto ama, estudar para as provas do ENEM que estão próximas e ainda, acaba
de descobrir que seu melhor amigo e paixonite secreta está solteiro e precisa
dar atenção a ele.
Daniela acaba descobrindo que as coisas dentro da
Mosqueteiros não funcionam como imaginava e, com a ajuda e força de vontade de suas
novas amigas, a garota vai fazer de tudo para salvar a ONG.
Comecei a leitura desse conto assim que compre o livro,
enquanto esperava pelo evento de lançamento. Fiquei muito animada, a história
começa super empolgante, achei os personagens carismáticos e o desenrolar é
muito interessante. Porém, aos poucos a história vai se perdendo um pouco e ela
termina como um conto de lição de moral. Aqui a autora fala sobre a importância
de uma mulher ajudar outra mulher, sobre sororidade, sobre conquistas, sobre
estar sozinha, sobre a importância da amizade e sobre pessoas dando conselhos
na sua vida... meio que misturou tantos conselhos em uma história só que ficou
meio chato. Porém, é uma história divertida ainda assim, e com um tema que eu
adorei!
O segundo conto é inspirado em A Távola Redonda, escrito por
Pam Gonçalves. Formandos da Távola
Redonda fala sobre união, pessoas reunidas para conquistar algo desejado.
Marina é uma garota muito inteligente e querida na escola, e após um roubo ter
destruído os planos para a formatura do terceiro ano da Escola de Ensino Médio
Professor José Carlos Ramos, ela foi escolhida pela diretora para ser a
responsável pela comissão de formatura faltando apenas dois meses para o
evento.
Os alunos não aceitavam pagar novamente todo o valor que foi
roubado e também estavam bem desanimados em colaborar com a comissão de
formatura, então Marina reuniu duas garotas de cada turma, e juntas elas
criaram várias tarefas onde todos os alunos poderiam ajudar e arrecadar
dinheiro de uma forma divertida.
Com pouco tempo para organizar tudo, Marina, Poliana, Diana,
Flávia, Sofia e Ludmila resolveram fazer o básico, incluindo em alguns dias do
mês o dia do mico, onde os alunos deveriam ir fantasiados com algo pré
selecionado, e caso algum aluno não participasse, deveria pagar um valor pré
determinado. Elas também fizeram vendas de bolo na hora do recreio e também um
dia para lavar carros.
Com o ENEM próximo e muita matéria para estudar, com todo o
stress de ter que elaborar formas para arrecadar dinheiro e criar uma festa em
poucos dias, Marina ainda tinha que dar atenção ao seu namorado que estava
desesperado para ter a primeira relação sexual do casal, porém Marina não se
sentia pronta para isso e vivia enrolado o garoto.
Marina acabou descobrindo o quanto as demais garotas da
comissão eram importantes para ela e como elas poderiam se ajudar. Com isso
Marina acabou se descobrindo.
A escrita da Pam é maravilhosa e me deixou muito empolgada
com a leitura, li todo o conto de uma vez só. Nem todos os personagens da
história me cativaram, mas alguns deles realmente não são para serem admirados.
A história de Marina é muito bem elaborada, no final fiquei muito contente com
tudo o que aconteceu.
O terceiro conto é inspirado em Robin Hood, escrito por Ray
Tavares. Robin, a proscrita conta a
história de Roberta, uma craker, que usa da sua habilidade com computadores para
ajudar os pobres.
Roberta Horácio já passou por muita coisa nessa vida, a
garota perdeu sua mãe para uma doença por não ter dinheiro suficiente para
pagar o tratamento e ainda viu sua ajuda ser negada por uma pessoa que prega a
bondade entre os seres humanos.
Revoltada com o sistema, Roberta e sua turma resolve ir
atrás de justiça. A garota, que é muito inteligente e possuí uma vasta
experiência com a tecnologia e computadores, faz uso do equipamento para ajudar
ONGs que precisam de apoio financeiro. A garota que sempre viveu em uma
comunidade pobre, tem um alvo em especial, o pastor Marcelo Felizzi, um homem
que ficou rico através de desvios e enganando os fiéis, o mesmo homem que negou
ajuda para o tratamento para a mãe de Roberta.
Roberta, ou como dizem por aí, Robin Hood, desvia dinheiro
sujo de políticos corruptos e falsos religiosos que usam da crença para tirar
dinheiro das pessoas, e ajudam os mais necessitados. Robin Hood é uma heroína
aos olhos de quem necessita de ajuda.
Essa história é cheia de referência, Ray coloca elementos
muito atuais e isso nos deixa na torcida para que Roberta consiga vencer o mal.
A escrita da autora te prende, é um conto com muita ação e o tempo todo ficava
imaginando o que poderia acontecer.
Em geral, Heroínas
é livro bem divertido e interessante, uma leitura muito boa. Para mim, o que
peca é ter incluído tantos movimentos em um livro curto como esse. Só de usar
protagonistas mulheres em histórias mundialmente conhecidas já deixava claro
que o livro era sobre o poder e força feminina, não gastava ficar falando isso o
tempo todo no livro, acaba ficando chato. Mas de toda forma, recomendo a
leitura para quem curte contos românticos e divertidos!
Nota: